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quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Paulo Cheida faz palestra em Lima

Nosso colega Paulo Cheida vai ao Peru. Parabéns!
"Paulo Cheida faz palestra em Lima a convite da Embaixada do Brasil"

O diretor do Museu Olho Latino, Paulo Cheida Sans, em Lima.

Paulo Cheida Sans, diretor do Museu Olho Latino, Atibaia, SP, e professor da Faculdade de Artes Visuais da PUC-Campinas, realizará palestra sobre a Gravura Brasileira no dia 04 de novembro, às 19h, no Centro Cultural Brasil-Peru, em Lima, Peru.
O prof. Dr. Cheida foi convidado pela Embaixada do Brasil peruana para participar da Semana Cultural Brasileira, a fim de divulgar a arte do nosso país.
Na palestra apresentará um breve histórico da gravura, mencionando os principais gravadores, a gravura na literatura de cordel e o Museu Olho Latino na Estância de Atibaia, SP. Para ilustrar a palestra será realizada a exposição de Gravuras de alunos do Curso de Artes Visuais da PUC-Campinas no auditório do Centro Cultural Brasil Peru.
Paulo Cheida é Doutor em Artes pela Unicamp. Participou de cerca de 400 mostras no Brasil e exterior. Recebeu 41 prêmios em Salões de Artes, sendo três no exterior, em Portugal, Estados Unidos e França. Recebeu vários títulos como o de Comendador das Artes. Suas obras figuram em diversos acervos importantes no exterior, como o da Embaixada do Brasil em Ottawa, Canadá; Cooperativa de Atividades Artísticas Árvore, em Porto, Portugal; Museu Nacional de Belas Artes, em Santiago, Chile; Casa das Américas, em Havana, Cuba; Casa de Humor e Sátira, em Gabrovo, Bulgária; Museu Pohjanmaan, em Vasa, Finlândia. No Brasil, está representado, entre outros, nos acervos do Museu de Arte Contemporânea de São Paulo; Museu da Gravura e Museu de Arte Contemporânea, ambos de Curitiba. Em Brasília suas obras são encontradas no Museu de Arte, na Caixa Cultural e na Casa da Cultura da América Latina da Universidade de Brasília. Organizou e é autor de vários livros sobre Artes, sendo seu mais recente “Aspectos da Cultura Popular em Campinas”, publicado pela PUC-Campinas no final do ano passado.
A palestra Gravura Brasileira de Paulo Cheida Sans será em 04 de novembro, às 19 h, no auditório do Centro Cultural Brasil – Peru, A. Benavides, 1180, Miraflores, Lima, Peru.
Palestra: Gravura Brasileira de Paulo Cheida Sans.
Exposição: Gravuras de alunos do Curso de Artes Visuais da PUC-Campinas.
Data: 04 de novembro, às 19h.
Local: Auditório do Centro Cultural Brasil – Peru
Av. Benavides, 1180, Miraflores, Lima, Peru.
Entrada Franca.
Informações: http://www.olholatino.com.br/

Postado por Sílvia Matos

sábado, 16 de janeiro de 2010

O ENSINO DE ARTES PLÁSTICAS EM CAMPINAS - Sílvia Matos


ARTISTAS EDUCADORES
6ª parte

O ensino de artes plásticas na Unicamp

Chegamos à meta final deste trabalho: 1983 – implantação do curso de Bacharelado e licenciatura plena em Educação Artística na Unicamp.
A Universidade Estadual de Campinas, criada em 1965, promoveu as primeiras atividades na área de artes plásticas em 1978, através de cursos de extensão, ministrados pelos artistas plásticos Fúlvia Gonçalves e Álvaro de Bautista. Estes cursos foram a primeira semente para a implantação do curso de bacharelado e licenciatura plena em Educação Artística, que iniciou suas atividades em 1984.
Fúlvia veio de Ribeirão Preto, onde foi aluna de Pedro Manoel Gismonti (crítico de arte) e dos artistas plásticos Wesley Duke Lee, Bassani Vaccarini e Alberti (professor de Florença). Concluídos seus estudos no Brasil, visitou a Itália, onde freqüentou alguns cursos e teve a oportunidade de ver como os europeus lidavam com opostos, tais como a arte acadêmica e o futurismo. Essa viagem levou-a a utilizar novos materiais e a fazer pesquisas, acompanhando os avanços da tecnologia e da ciência. Aprendeu que o ensino da arte extrapola as paredes de uma sala de aula.

Fúlvia chegou à Unicamp em 1978. Não havia, nesta ocasião, um curso regular de artes. As condições materiais eram mínimas e suas aulas eram dadas ao ar livre. O espaço, entretanto, não importava, mas sim as propostas, as pesquisas. O ambiente era saudável e efervecente. Fúlvia trabalhava ao lado de professores como Benito Juarez, Raul do Valle, José Luiz de Paes Nunes e Almeida Prado, todos artistas na área de música do então recém-criado Instituto de Artes. Seu primeiro projeto de trabalho na universidade, que chamou Unicamp Arte Contemporânea, englobava: um curso livre, parecido com os de atelier e com objetivos de proporcionar um ambiente de discussões e debates, onde os alunos pudessem criar e vivenciar a arte de uma maneira sadia.
Em 1979, foi criado o primeiro curso de extensão em artes plásticas na Unicamp. Para desenvolve-lo, Fúlvia montou um atelier de gravura, ministrando aulas de xilogravura e gravura em metal, com a preocupação de partir sempre dos projetos dos alunos.
Em 1983, foi organizado outro curso de extensão – Estrutura e Composição Plástica – desta vez ministrado com a colaboração de Bernardo Caro e Berenice Toledo.
Outro artista e professor, cuja atuação foi decisiva na implantação do Departamento de Artes Plásticas da Unicamp, foi Álvaro de Bautista. Formado pela Escola Superior de Belas Artes de Madri, depois de alguns anos de experiência na Europa, como professor e artista, veio para a Unicamp convidado por Rogério Cerqueira Leite. Segundo Álvaro, a sua vinda fazia parte do projeto de implantação do Departamento de Artes Plástica da Unicamp. Aqui chegando, já encontrou Fúlvia desenvolvendo seus cursos livres, mas de maneira precária no que se referia às condições materiais. Em conversa com Zeferino Vaz, reitor da universidade, conseguiu um barracão que dividido com Celso Nunes, então desenvolvendo atividades de teatro, foi utilizado para suas aulas e de Fúlvia.
Para seu curso, em 1979, foi feito um exame de seleção do qual participaram 170 pessoas, tendo sido selecionadas 40, divididas em dois grupos de 20 alunos. Por falta de material e espaço, os 20 alunos mais adiantados faziam pintura, desenho e escultura. Os outros trabalhavam desenho e escultura.
Assim, Álvaro tentou fazer de seu curso de extensão um atelier de arte parecido com os que havia na Itália e França, onde seus alunos trabalhavam em tempo integral.
Esse primeiro curso de extensão funcionou até fins de 1983, fornecendo excelente e sólida base de desenho e pintura, como aliás era seu objetivo , para os alunos que o freqüentaram. Assim é que, entre os onze alunos formados na primeira turma do curso de Bacharelado em Educação Artística da Unicamp, sete eram originários desse curso de extensão.
Atualmente, o Departamento de Artes Plásticas da Unicamp tem o seu curso bem estruturado e conta com um corpo docente altamente capacitado para orientar os 80 alunos que, em média, freqüentam os quatro anos letivos.

Conclusão

Campinas sempre se dedicou às artes plásticas e esse interesse foi crescendo junto com o desenvolvimento da cidade. Mas, houve um período particularmente fértil, de 1958 a 1978, época em que as artes plásticas em Campinas acompanharam o que de melhor havia nos grandes centros do país.
Qual a razão disso? Nesta pesquisa foi possível apurar que o Centro de Ciência, Letras e Artes, no início dos anos 50, oferecia ao público cursos de artes plásticas, palestras e exposições que apontavam para o avanço nas artes plásticas. Em 1952, Geraldo Décourt fez a primeira exposição modernista de Campinas, no Teatro Municipal. Nesse mesmo período, vários outros artistas da cidade já estavam fazendo trabalhos mais modernos. O surgimentodo Grupo Vanguarda, em 1958, finalmente fixou Campinas entre os centros que produziam arte contemporânea. O Museu de Arte Contemporânea (atualmente Museu de arte Contemporânea José Pancetti), fundado em 1965, teve um período áureo com seus salões de Arte Contemporânea. Nestes salões, que foram interrompidos em 1978, iremos encontrar os artistas campineiros, lado a lado com os grandes nomes da arte nacional e em contato com importantes críticos de arte do país.
Está evidente que esse ambiente proporcionou aos artistas deste período, um estímulo que os fez caminhar a passos largos. Esses avanços nas artes plásticas, refletiram diretamente na questão do ensino. Os artistas-educadores não só modificaram sua maneira de encarar a arte e seu fazer artístico mas também passaram essas mudanças a seus alunos e renovaram seus métodos de ensino. Nesta pesquisa, ficou claro que o modo de encarar a arte e o tipo de trabalho que cada artista faz influiu na sua maneira de ensinar artes plásticas.
Infelizmente, não houve possibilidade de se estudar e analisar o método de ensino de cada artista-educador mais detalhadamente, ficando esta tarefa para uma pesquisa futura, mais específica e profunda.
Na realidade, este trabalho é um simples grão de areia que gostaria que se transformasse numa montanha com o acréscimo de novas pesquisas, mais detalhadas, à respeito de arte, dos artistas-educadores de Campinas.

domingo, 3 de janeiro de 2010

O ENSINO DE ARTES PLÁSTICAS EM CAMPINAS - ARTISTAS EDUCADORES - 5ª parte - SÍLVIA MATOS























O Ensino Artístico Infantil

A primeira informação sobre o estímulo à arte infantil, em Campinas, surge em 1937, com o 1º Salão de Arte Infantil, organizado por Célia Duarte, Salvador Caruso e José de Castro Mendes. Infelizmente não existem maiores informações sobre esta exposição no sentido de elucidar a origem dos desenhos expostos.

Em 1949, chega em Campinas a professora Maria da Conceição de Lima Horta e Verri para ocupar a cadeira de desenho pedagógico do Instituto de Educação Carlos Gomes. Anteriormente, na cidade de Franca, havia feito pesquisas relativas à arte infantil. Assim, perseguindo suas pesquisas em Campinas, apresentou na comemoração do cinqüentenário da então Escola Normal ,hoje Instituto de Educação Carlos Gomes, em 1954, uma exposição de desenhos infantis. A exposição mostrava uma série de desenhos feitos por crianças, organizados de acordo com as idades e as fases da evolução do desenho em que se encontravam as crianças.
Nessa mesma ocasião, o Centro de Ciências, Letras e Artes ofereceu um curso de artes plásticas ministrado pelo professor Renato Righeto. O curso incentivava a livre expressão das crianças e eram, na sua maioria, ministrados ao ar livre.
Em 1961, um jovem artista, Egas Francisco, também se interessa pelo ensino artístico infantil e, como Righeto, resolve trabalhar com as crianças, ao ar livre. Naquela época, a cidade de Campinas era suficientemente pacata para permitir ao artista sair com um bando de crianças, de 5 a 13 anos de idade, para se instalar em algum canto para pintar. O Largo do Rosário era um desses locais e era também o lugar onde se concentravam inúmeros garotos engraxates. O contato natural entre alunos e engraxates acabou ocorrendo e, assim, surgiu o Curso dos Engraxates e logo a seguir o dos Jornaleiros. Esse trabalho pioneiro, de grande impacto social, envolvendo engraxates e jornaleiros, com idades variando entre oito e dezesseis anos, durou até 1962.
Também, no Conservatório Musical Campinas sugiram, em 1970 por iniciativa de Wanda Rosa, cursos de artes plásticas para crianças e adolescentes. Carioca, inspirando-se na Escolinha do Rio de Janeiro de Augusto Rodrigues, Wanda Rosa organiza no Conservatório Campinas, então pertencente à Pontifícia Universidade Católica de Campinas, cursos de arte para crianças de 3 a 9 anos e de 9 a 13 anos. O objetivo central de todos esses cursos era atender cada aluno individualmente, desenvolvendo seu potencial criador, ao mesmo tempo em que se incentivava o trabalho em equipe, através da aprendizagem da técnica. Foi o sucesso desses cursos que possibilitaria em 1974 a criação do Curso de Artes Plásticas e Desenho da PUC-Campinas, também por iniciativa de Wanda Rosa.
Berenice Toledo, em 1973, foi convidada por Bernardo Caro – seu professor na ocasião – para lecionar arte para crianças na Galeria Girassol. Aceitando o convite, deixou o Conservatório “Campinas” para se dedicar inteiramente ao trabalho na Galeria. Lá, juntamente com Raquel Bolsonaro Penteado, lecionou durante dois anos para crianças de 3 a 13 anos.
Quando a Galeria Girassol fecha, Bernardo Caro, tendo como sócias as professoras Raquel e Berenice, monta a escola Convívio de Arte. Nela, o esquema de ensino continuou o mesmo da antiga Galeria Girassol. A escola Livre Convívio de Arte funcionou até 1980, tendo assim tido seis anos de dedicação ao ensino e desenvolvimento da arte em Campinas.
Posteriormente, Berenice foi professora da Pontificia Universidade Católica de Campinas e terminou sua carreira como docente do Instituto de Artes da Unicamp.
Outro artista que dedicou parte de seu tempo ao ensino de artes às crianças é Clodomiro Lucas. Clodomiro na juventude foi aluno da escola do Sr. Olavo, de Thomaz Perina, e participou do Grupo Hoje. Por intermédio da Secretaria de Cultura, em 1976, Clodomiro implantou um curso livre de arte infantil, que era desenvolvido na praça, mais especificamente ao redor do coreto do jardim Carlos Gomes. Nele, as crianças podiam trabalhar à vontade nas manhãs de domingo. Devido à localização central da praça, dezenas de crianças de todas as classes sociais passaram a freqüentar o curso. Sem receber nenhuma remuneração, Clodomiro, com a colaboração de Mário Levy, realizava tal trabalho simplesmente pelo interesse artístico de poder desenvolver o gosto das crianças pela arte.
Cumpre ainda ressaltar o trabalho de Suely Pinotti, no que se refere ao ensino de artes plásticas para crianças e adolescentes. Nos anos 60, funcionaram, em várias escolas públicas do Estado de São Paulo, os grupos experimentais dos ginásios vocacionais que davam um grande ênfase à arte. Suely Pinotti, tendo trabalhado em São Paulo num desses ginásios vocacionais, traz para as escolas públicas de Campinas suas experiências nessa área.
Nesta parte do trabalho veremos também dois artistas jovens, cada um com passado diferente do outro em relação às influências recebidas na área artística e analisaremos como encaram o ensino de arte para crianças, nessa década de 80. São eles Paulo Cheida Sanas e Zay Pereira.
Paulo Cheida Sans é um artista que começou sua carreira artística em Campinas, desde criança, bastante incentivado por seus pais e por vários artistas.Criança ainda, teve como primeiro professor Egas Francisco. Na adolescência, no curso ginasial, Biojone. Teve ainda grande incentivo de Maria Helena Motta Paes e Clodomiro Lucas. No curso superior, foi aluno de Bernardo Caro, Berenice Toledo, Alberto Teixeira e Piki, entre outros.
Além de artista bem sucedido, Cheida Sans preocupa-se com a educação artística de crianças, adolescentes e adultos. Para ele, a “função do arte-educador é `dominar`, no bom sentido, a criatividade do alunos” . O aluno já traz dentro de si a arte, cabendo ao arte-educador a função de faze-la desabrochar e desenvolvê-la.
Atualmente, Paulo Cheida Sans é professor do Departamento de Artes Plásticas do Instituto de Artes e Comunicação da PUC-Campinas.

Zay Pereira é outro artista jovem que, em Campinas, dedicou-se ao ensino de arte para crianças. Já adulto tomou conhecimento da arte contemporânea no Atelier Áster, em São Paulo, onde esteve em contato com Walter Zanini, Regina Silveira, Julio Plaza, Leon Ferrari e Evandro Carlos Jardim. Daí para frente, sua maior escola foi estar o tempo todo em contato com a arte, através de exposições, leitura e contatos pessoais com artistas. Em Campinas, em 1981, montou a Arteria, um atelier onde crianças, jovens e adultos tinham aulas de artes plásticas. A Arteria tinha como objetivo desenvolver o lúdico da arte, através da busca de soltura do traço. Segundo Zay, como as pessoas tinham características próprias no modo de falar, nos gestos, no andar, nos trejeitos, elas deveriam ter, também, sua maneira própria de desenhar. Assim, a individualidade e a criatividade devem ser respeitadas e desenvolvidas. Na Arteria, trabalhou junto com Zay, Malú Neves que atualmente é uma das coordenadoras da Galeria Arte da Unicamp. Zay e Malú tinham idéias muito parecidas sobre como desenvolver o trabalho em arte com crianças. A experiência dos dois durou até 1983, quando a Arteria foi fechada.
Nota: Tenho colocado um pequeno resumo de cada capítulo. Quem se interessar pelo todo pode entrar no meu site: www.silviamatos.art.br/livros_e_artigos.htm

sábado, 12 de dezembro de 2009

O Ensino de Artes Plásticas em Campinas












O ENSINO DE ARTES PLÁSTICAS EM CAMPINAS
ARTISTAS EDUCADORES
4ª parte

O Grupo Vanguarda e sua influência no Ensino de Arte em Campinas

Para este estudo, o Grupo Vanguarda é relevante não só pelo que significou para Campinas – um enorme avanço na área de artes plásticas – mas, principalmente, pela disseminação de suas idéias através de alguns de seus artistas que foram educadores e deram um novo rumo ao ensino de artes na cidade.

Uma das primeiras manifestações modernistas, em Campinas, foi a exposição de Geraldo Décourt, em 1952, no Teatro Municipal . Em entrevista telefônica, Décourt confirmou que sendo campineiro, quis fazer seu nascimento na pintura e nas artes, em Campinas, sua terra natal. Por volta de 1952, expôs uma série de trabalho geométricos, na sua fase daquela época. Desnecessário dizer que Campinas, naquela ocasião, apesar de sua arquitetura já estar bem avançada, levou um choque muito grande, pois estavam todos acostumados ao realismo visual. No início, houve uma certa oposição, mas conforme os dias foram passando, os estudantes de Campinas procuraram Décourt no Municipal, e se ofereceram para ficar tomando conta da exposição, na sua ausência, pois eles o admiravam por ter quebrado um tabu em Campinas.

Também o Centro de Ciências, Letras e Artes de Campinas, com sua constância na divulgação de trabalhos dos artistas, assim como na educação dos mesmos e do público, muito contribuiu para propagar as idéias modernistas. Em 1957, seu Departamento de Pintura apresentava as seguintes atividades: “Exposição Didática do Museu de Arte Moderna de New York, Exposição de Desenhos Metafísico-mecaniscistas de Edoardo Belgrado, Curso de Arte Moderna pelo professor Wolfgang Pfeiffer, diretor do Museu de Arte Moderna de São Paulo, e Excursão à IV Bienal de São Paulo”.

Nesse mesmo ano, Edoardo Belgrado, Hermes de Bernard, Mário Bueno, Mário Carneiro, Lélio Coluccini, Geraldo Décourt, Enéas Dedeca, Aristides Ferraz, Geraldo Jurgensen, Thomaz Perina, Raul Porto, Franco Sacchi e Geraldo de Souza realizaram uma exposição conjunta.
Tomaram parte na primeira exposição do Grupo Vanguarda os seguintes artistas: Edoardo Belgrado, Hermes de Bernardi, Francisco Biojone, Mário Bueno, Geraldo Décourt, Maria Helena Motta Paes, Thomaz Perina, Raul Porto, Franco Sacchi e Geraldo de Souza.
Esses artistas tiveram a oportunidade de terem contato e serem apoiados pelo Grupo de Arte Concreta de São Paulo e o surgimento do Grupo Vanguarda foi decisivo para que Campinas, finalmente, deixasse de ser uma “província do Império”.

Nem todos os integrantes do Grupo Vanguarda procuraram divulgar as novas manifestações artísticas através do ensino. Alguns, entretanto, o fizeram: Bernardo Caro, Thomaz Perina, Maria Helena Motta Paes e Francisco Biojone (este foi aluno da artista Maria Aparecida Bueno de Melo) . Esses artistas foram de grande importancia para a formação de novos artistas . Veja mais no site: http://www.silviamatos.art.br/livros_e_artigos.htm

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

SÍLVIA MATOS: ARTISTAS EDUCADORES - PARTE 3


O ENSINO DE ARTES PLÁSTICAS EM CAMPINAS
ARTISTAS EDUCADORES
3ª parte

A primeira escola de arte e o Ensino Acadêmico e Impressionista


A primeira escola de artes plásticas, em Campinas, foi fundada por Joaquim Olavo Sampaio. Em 1941 "seo" Olavo, como era conhecido, fundou duas escolas: a Escola de Desenho e Tecnologia e a Escola de Desenho e Pintura Campinas . A segunda, que nos interessa, mantinha um curso completo de ensino artístico a ser realizado em tres anos e foi muito importante por quase 40 anos. Em 1988 ainda existia, sob outra direção mas devido ao desenvolvimento das artes em Campinas, perdeu sua projeção. Fedor Krutinsky foi aluno desta escola e a partir de 1977 assumiu como professor , várias aulas . Thomaz Perina no início de sua carreira também deu aula nesta escola (falarei sobre ele mais adiante).

Paralelamente ao ensino acadêmico da Escola de Desenho e Pintura Campinas, vários artistas acadêmicos e impressionistas desenvolveram um trabalho de ensino através de aulas particulares. José Ferraz Pompeu, o Pompeuzinho foi um desses artistas. Na década de 40 tomou aulas com o pintor italiano Orestes Pezzoti e com ele aprendeu que a natureza e o trabalho contínuo eram bons professores. Pompeuzinho teve vários alunos aos quais ensinou a pintar a natureza conforme os olhos a vêem. Aldo Cardarelli foi outro artista acadêmico que se manteve nessa linha durante toda a sua vida e teve vários alunos. Na realidade as paisagens desses dois artistas já caminhava para o impressionismo. Outro artista e professor no estilo neo-clássico, foi Coluccini que ministrava aulas de escultura em seu ateliê , na escola "Gabriele D'Annuncio" e no Centro de Ciências Letras e Artes. É dele o Monumento às Andorinhas, em frente ao Museu de Arte Contemporânea "José Pancetti".












segunda-feira, 16 de novembro de 2009

SÍLVIA MATOS: O ENSINO DE ARTES PLÁSTICAS EM CAMPINAS - ARTISTAS EDUCADORES - 2ª PARTE

O ENSINO DE ARTES PLÁSTICAS EM CAMPINAS
ARTISTAS EDUCADORES
2ª parte
O Ensino de Artes Plásticas na primeira metade do séc. XX


A partir de 1901, por influência das idéias positivistas que imperavam no país, o ensino de desenho foi incluído nos colégios oficiais e particulares. Marcelino Velez, escultor famoso - é dele o Mausoléu dos Voluntários Constitucionalistas, situado ao lado da entrada principal do Cemitério da Saudade em Campinas - ministrava aulas de desenho pedagógico na Escola Normal "Carlos Gomes". O ensino de desenho na época visava a formação da mão de obra especializada. Assim, no início do sec. XX, o ensino de artes plásticas, em Campinas, ficou restrito à iniciativa privada . Neste sentido, o Centro de Ciências, Letras e Artes, fundado em 1901, teve um papel importante na vida cultural da cidade. Em sua sede aconteceram exposições de Bendito Calixto, Oscar Pereira da Silva, Parreira, Pedro Alexandrino, Nicolina Vaz, Lasar Segall e Campos Aires. Datam dessa época os primeiros anúncios de aulas particulares de pintura e desenho publicados na revista do CCLA. Veja anúncio abaixo :

Marcelino Velez

Anúncio de Aulas Particulares de Pintura e Desenho


Notícia na imprensa local


Mais informações no site www.silviamatos.art.br

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

SÍLVIA MATOS E OS ARTISTAS EDUCADORES DE CAMPINAS - PRIMEIRA DE UMA SÉRIE DE PUBLICAÇÕES

O ENSINO DE ARTES PLÁSTICAS EM CAMPINAS
ARTISTAS EDUCADORES

1ª parte

O objetivo principal da minha pesquisa foi registrar a importância dos artistas de Campinas, que através de sua arte, experiência e aulas, influenciaram outros artistas, desde o primeiro, Hércules Florence até a criação do Instituto de Artes de Campinas. Da pesquisa resultaram um livro: O Ensino de Artes Plásticas em Campinas e a exposição Artistas Educadores de Campinas e suas obras, realizada no Centro de Convivência Cultural de Campinas em 1988

Como não sou escritora, mas artista plástica optei por retratar esses artistas durante as entrevistas feitas em seus ateliês. Tentei, com manchas coloridas, fixar as minhas impressões e as expressões e emoções que o momento me transmitia. Os artistas já falecidos tiveram seus retratos feitos através de fotos . A técnica que usei foi tinta acrílica aguada sobre tela .

A capa do livro e do catálogo é uma reprodução de uma página escrita por Hércules Florence. Anexo segue outra página dele.





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