A manchete que chamou minha atenção, ao ler o Diversão e Arte na página da UOL (a notícia é de ontem, mas só li hoje):
Artista plástico alemão quer exibir um moribundo em museu
Gregor Schneider, artista alemão de 39 anos, quer expor uma pessoa morrendo dentro do museu Haus Lange de Krefeld. Segundo a reportagem, Schneider "pulou para a fama em 2001 quando obteve o Leão de Ouro da Bienal de Arte de Veneza" e busca alguém que dê seu consentimento para ser exposta. Seu objetivo com esta obra seria questionar tabus sobre a morte.
Gregor Schneider, artista alemão de 39 anos, quer expor uma pessoa morrendo dentro do museu Haus Lange de Krefeld. Segundo a reportagem, Schneider "pulou para a fama em 2001 quando obteve o Leão de Ouro da Bienal de Arte de Veneza" e busca alguém que dê seu consentimento para ser exposta. Seu objetivo com esta obra seria questionar tabus sobre a morte.
Disto - e de expor cachorros famintos no interior de galerias - eu não tenho nenhuma inveja!!!
Tenho inveja, sim, dos desenhos da Série Trágica que Flávio de Carvalho realizou junto ao leito de morte de sua mãe, em 1947.




Transcrevo aqui o que Almeida Sales escreveu sobre esses desenhos (transcrito de matéria encontrada no Google):
"Não sabendo expressar-se mais profundamente do que por intermédio de sua gagueira de traços acumulados sobre a folha alva, ousou transformar o quarto da mãe morrendo em ateliê de registro do estranho fato.
Saiu da alcova trágica como um deus que tivesse detido o processo inexorável da morte. Debaixo do braço, folhas riscadas com carvão guardavam, indelevelmente, a mais extraordinária fotografia de todos os tempos: os últimos estertores da vida de uma anciã entrando na morte, fixado pelo homem nascido de suas entranhas".
"Não sabendo expressar-se mais profundamente do que por intermédio de sua gagueira de traços acumulados sobre a folha alva, ousou transformar o quarto da mãe morrendo em ateliê de registro do estranho fato.
Saiu da alcova trágica como um deus que tivesse detido o processo inexorável da morte. Debaixo do braço, folhas riscadas com carvão guardavam, indelevelmente, a mais extraordinária fotografia de todos os tempos: os últimos estertores da vida de uma anciã entrando na morte, fixado pelo homem nascido de suas entranhas".
É preciso expor alguém moribundo depois disto?
Texto de Lalau Mayrink
4 comentários:
Muito bem colocado, Lalau. Assino em baixo, Sílvia
Em tempo: esse artista alemão, apesar da coincidência de sobrenome, não tem nada a ver com a nossa Beth Schneider!
Lalau, venha ver o Flávio no CEDAE.
A exposição "Flávio de Carvalho: em busca da Arte Total" pode ser vista até 15 de outubro, e acho que está bonitinha! Um beijo da Flávia.
Lalau, venha ver o Flávio no CEDAE.
A exposição "Flávio de Carvalho: em busca da Arte Total" pode ser vista até 15 de outubro, e acho que está bonitinha! Um beijo da Flávia
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