TINA GONÇALEZ
Vanitas Vanitatum et Omnia Vanitas
Técnica: cinco fotografias plotadas em PVC
“Vaidade de vaidades, tudo é vaidade” (Eclesiates AT,1:2).
Visto como algo passageiro e frágil na
sua condição temporal, a vaidade aponta para a ausência de sentido ou propósito
na existência humana, deslocando a consciência de si mesmo para aparência e o
hedonismo.
Presente nos mitos, literatura,
psicologia e outros aspectos da cultura, a vaidade está presente na sociedade
contemporânea como um reflexo que se firma através do olhar do outro para
alcançar simultaneamente, a admiração e a inveja.
A autoimagem e o olhar formam o
alicerce desse trabalho - sou aquele que se olha e ao mesmo tempo é olhado.
Como um selfie hipérbolico que se
estende ao infinito, a modulação dessa autoimagem é construída como parte de um
discurso metafórico que não se finda. Tal como o indivíduo que intencionalmente
mascara sua personalidade não deixando que o interlocutor vislumbre seu
verdadeiro eu, as imagens são construídas com um anteparo que interrompe a
visão do todo, fragmentando-a em camadas circulares como pequenos lagos
narcísicos.
Ampliando o sentido de autoafirmação, a
vaidade é apresentada como parte de uma narrativa imagética que reafirma a
importância do “eu” - ego, meī, mihi, mē, mē – frente a um mundo que
acolhe e legitima o culto ao personalismo.
Postado por Sílvia Matos
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