Com um olhar microscópico sobre o espaço, Tom Lisboa espalhou cerca de 60 polaroides (in)visíveis pelo SESC Campinas. O artista descreve o que vê em pontos específicos dos lugares por onde circula, imprimindo pequenos relatos em suas polaroides (in)visíveis.
Não há câmera fotográfica. Polaroides (in)visíveis são não-fotografias, efêmeras, flexíveis. Inseridas na vertente neo-conceitual da arte contemporânea, as polaroides (in)visíveis de Tom Lisboa descrevem ângulos insuspeitos, situações, micro-paisagens, tornando o oculto transparente.
Em Cidades invisíveis, de Ítalo Calvino, o viajante veneziano Marco Pólo descreve as cidades que visitou para o imperador Kublai Khan. No livro, estabelece-se uma relação entre escutar e dizer. Ao imperador conta mais o que quer escutar e não o que Marco Pólo tem a dizer. Em polaroides (in)visíveis, Tom Lisboa convida o espectador a ver mais de perto o espaço por onde circula, provocando-o, instigando o seu olhar. É a relação entre ver e olhar, entre conhecer e reconhecer o espaço. Nesse jogo, o espaço se revela através
de uma imagem que se constrói, se fixa a partir da subjetividade do olhar de cada observador.
Profª Drª Rosana Horio Monteiro
Universidade Federal de Goiás
Sobre a palestra "Fotografia Marginal"
No contexto desta palestra, marginal tem um duplo sentido. O primeiro, diz respeito à fronteira da fotografia com outras artes, tais como a pintura, o cinema, a literatura ou a internet. Por fim, marginal teria a ver com uma postura de criação mais independente, fora do mercado. Neste encontro, Tom Lisboa fará uma retrospectiva de suas intervenções urbanas e alguns projetos fotográficos específicos (tais como a série de videos palimpsestos e a ação urbana LUGAR) que conceituam a ideia de "marginalidade" proposta
como tema.
site das polaroides (in)visíveis: www.sinTOMnizado.com.br/polaroides
página pessoal de tom lisboa: www.sinTOMnizado.com.br/tomlisboa
Informações: www.sescsp.org.br/sesc/programa_new/busca.cfm?conjunto_id=7546
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