sábado, 12 de janeiro de 2008

ENCUCAÇÕES SOBRE A ARTE

Tatsumi Orimoto recria a performance "Bread Man" na abertura de sua retrospectiva no Masp
Foto da página da UOL





Não gostei dos ‘pães’. Isso não quer dizer nada, não precisamos gostar de tudo que está nos museus e galerias. Esse ‘gostar’ é muito incerto e repleto de armadilhas, “vareia muito”, às vezes a gente não gosta uma hora e depois gosta. Depende dos instrumentos conceituais que você vai adquirindo aos poucos ??? Continuo não gostando dos pães.

Dá para falar de arte dizendo ‘gosto ou não gosto’? “isso me arrepia”, “isso me lembra a infância”? Fica tudo muito ‘minzinho’... Só interessa o que me interessa ... É muito pouco, né? Parece que agora é melhor falar de conceitos, cidadania, identidade, interesse social, raízes culturais.


A arte não pode dispensar seus museus, seus grandes centros, seus críticos, todo o processo de mediatização indispensáveis na nossa época. Mas por outro lado, essas instituições não podem ser uma ditadura que, por meio nesses mesmos museus, críticos, livros, galerias, possa exercer um controle rigoroso demais, por demais ligado ao mercado ou de cunho padronizador, visando acentuar somente o que está na moda. Será que ‘pão’ está na moda ou eu não tenho os instrumentos teóricos necessários para apreciar essa performance?

Bem, perdemos várias referências: por exemplo, os padrões de educação (e éticos) mudaram muito, nossas experiências de vida nem sempre servem para nossos filhos (sobretudo para nossas filhas), as soluções mais antigas para problemas familiares não incluíam o divorcio, por exemplo. Tá bom, sou muito velha, esses problemas não existem mais... Ou será que perdemos somente a ilusão de que existiam referências estáveis? Falar sobre arte coloca esses problemas de referências de forma mais clara, já que a experiência artística mudou tanto, e o discurso sobre arte também, e muito depressa.


Texto de Olívia Niemeyer

Um comentário:

Anônimo disse...

Parabens Olivia pelo editorial,concordo com tudo.Mas o que seria nossa vida se tivessemos certeza de tudo,talvez sejam as diferenças que nos faça procurar o novo para seguir em frente.Beth