segunda-feira, 7 de junho de 2010

Citando Hélio Oiticica: anotações para serem traduzidas para inglês: para uma próxima publicação:

"(...) apesar do quixotismo das posições, que não se querem ajustar ao consumismo ou ao espetáculo, SUBSISTO - a constatação de uma subsistência que se mantém, subsistência intelectual, poética e criadora que estabelece posições permanentemente críticas, que colocam em questão o próprio problema da criação artística (...)"


"(...) é preciso estar livre das amarras do consumismo, ou seja, da demanda de produção de obras exigida pelo mesmo: a art-scene geral no mundo de hoje parece submergir na repetição enfadonha, gerando o conceito de art-boredom como problema, quando na verdade esse problema é algo que, para o artista livre-criador, algo que é abordado na infância de sua evolução: para mim, logo de início, quando me vi frente a frente com problemas de criação, a primeira coisa que aprendi foi que a "art boredom" não seria o que deveria ser tomado como criador: boredom seria o oposto do livre-criar, o não poético (...)"


"(...) enquanto a 'obra' for 'obra', continua a urgência de 'criar obras': sempre me impressionou, dando-me tédio e desinteresse incríveis o número de obrigações (expor, promover, 'estar em dia') que os artistas possuem (...)"


Transcrevi acima trechos das anotações para serem traduzidas para inglês: para uma próxima publicação, texto de Hélio Oiticica, publicado em Fios soltos: a arte de Hélio Oiticica/Paula Braga (organização) - São Paulo: Perspectiva, 2008 - (Perspectivas). Estes trechos transcritos se encontram entre as páginas 318-320. Como o blog não me dá a opção do sublinhado, usei itálicos nos trechos que aparecem sublinhados no texto de Oiticica. 
Acho que dão muito o que pensar, não?


postado por Lalau Mayrink

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