sexta-feira, 21 de maio de 2010

PICHAR OU NÃO PIXAR – EIS A QUESTÃO

Com o título “Há sempre um copo de mar para o homem navegar”, frase tirada do poema “A invenção de Orfeu” de Jorge de Lima, a 29ª Bienal de Arte de São Paulo, traz à tona uma polêmica: é a pichação uma arte?


Convidados pelos curadores da Bienal atual, os líderes dos pichadores da Bienal anterior irão participar dessa mostra.

Considerada como uma forma de manifestação pública, o grafite alcançou as galerias de arte, entrando no circuito comercial da obra de arte. Do lado de fora ainda estão os chamados “pixadores”. A ironia fica por conta da grafia “pixar” e pichar. Pixar relaciona-se aos “pixadores” ou manifestadores que não se atém a uma lógica artística, que são vistos como poluidores do espaço urbano, enquanto que “pichador” é sinônimo de grafiteiro. Tal qual os desenhos das cavernas, o que vale no momento é observar o percurso dessa forma de manifestação e ver, posteriormente, o sentido desse simbolismo gráfico no campo das expressões artísticas.

Tina Gonçalez

2 comentários:

Peixe disse...

Belissímo texto!

Gustavo disse...

Gramaticalmente a palavra PIXADOR não existe, somente PICHADOR.
Você pode usar da licença poética para inventar essa palavra...
mas quem pinta as paredes com arte é grafiteiro, pichador é aquele que escreve mensagens, e muitas vezes essa "poluição visual" é uma forma de protesto, ou simplesmente uma mensagem cifrada que grupos de jovens utilizam para se comunicar. Há sentido até nas pichações, por mais que alguns de nós não sejamos capazes de ver.