sexta-feira, 19 de março de 2010

Exposição: Pintura e Representação

PINTURA E REPRESENTAÇÃO


As obras de arte não são espelhos, mas, como espelhos, participam dessa ardilosa mágica de transformação. (Gombrich, 1995)


A pintura, uma das formas mais antigas de representação, reserva um caráter bem específico no universo das imagens. Tanto o desenho como a pintura, atuam no mesmo campo de ação, ou seja, são obras realizadas pelas mãos do artista com a intenção de marcar uma determinada superfície.
Definida como a “arte e a técnica de aplicar tintas sobre uma superfície plana, com o intuito de representar figuras ou formas em quadros ou outras composições, e de ter a cor como elemento básico”, a pintura não é um elemento isolado. O desenho, por sua vez, também é definido como sinônimo de representação de formas sobre uma superfície por meio de linhas, pontos e manchas, com objetivo lúdico, artístico, científico ou técnico, ou a arte e a técnica de representar, com lápis, pincel, pena, etc., um tema real ou imaginário, expressando a forma e abandonando a cor. A dissociação entre uma modalidade e outra é apoiada na idéia de que o desenho tende a representar o tema racionalmente, configurando ou sugerindo seus limites; enquanto a cor tende a complementar o desenho ou a transmitir valores de ordem emotiva. No entanto, tanto pintura como desenho não podem ser observados separadamente, já que pertencem à mesma área de representação.
A relação pintura e arte, dentro da história ocidental, segue um caminho paralelo e estreito, muitas vezes misturando-se dentro de uma mesma significação. A história da arte ocidental é contada quase que exclusivamente através da história da pintura, a técnica mágica de reconstruir o universo visível como um espelho, onde a imagem refletida refaz bidimensionalmente a imagem projetada. Eliminando o volume e o espaço, o que vemos é uma ilusão do real.
Desta maneira, falar de pintura é falar de representação, é revelar o pensamento do artista frente ao universo pictórico.
No entanto, as transformações sofridas pela imagem ao longo do tempo, permitiram ao artista uma maior liberdade criativa que não se fixa apenas na realidade visível. Há um desdobramento dessa intenção que é desvendado pelo conceito da obra, exploração técnica originalidade pessoal de cada artista.
Esse enfoque pode ser observado nas obras dos quatro artistas convidados: Afrânio Montemurro, Francisco Biojone, Mário Gravem Borges e João Proteti.

Galeria de Arte da Escola Comunitária
Período: 18 de março a 25 de abril de 2010
Curadoria: Tina Gonçalez

Escola Comunitária de Campinas
Rua Egberto Ferreira de Arruda Camargo – 650 – Jd. Notre Dame
Fone: 37588500 (19)
ecomunitaria@ecc.br

Postado por Tina Gonçalez

Um comentário:

Anônimo disse...

Belo texto. Sílvia