A citação abaixo foi retirada do texto: E venceu a frugalidade, que traz como sub-título: “Se não estamos, ficaremos mais simples devido à crise econômica. Pelo menos as artes já dão claros sinais disso”.
Vejam o que diz Sérgio Augusto:
“Moda, cultura, diversão - nenhuma delas escapou à frugalidade imposta pela recessão. Nem as artes plásticas, que em novembro pareciam imunes a qualquer sismo na economia. No mesmo dia em que o Lehman Brothers foi à breca, o vanguardista britânico Damien Hirst faturou US$ 127 milhões num histórico leilão da Sotheby's. Mas a recessão não demorou sequer um mês para fazer os estragos de praxe num mercado basicamente mantido (e inflacionado) pelo novorriquismo de árabes, russos, chineses e indianos. Ao primeiro sinal de que os petrodólares começariam a minguar, a Sotheby's e a Christie's baixaram a crista - reduzindo custos, funções e salários após dois ou três monumentais encalhes em seus leilões.
"Já não era sem tempo", saudou o crítico Waldemar Januszczak, no Sunday Times. Referia-se à chegada da recessão ao mundo das artes plásticas. "Deveríamos recebê-la de braços abertos", recomendou, arrolando entre os motivos de seu entusiasmo a decadência artística dos últimos 15 anos, a vigarice arrogante de vários artistas contemporâneos, o faturamento obsceno de marchands e casas de leilões, e a florescência abusiva de galerias de arte. A crise, acredita Januszczak, terá um efeito restaurador sobre as artes plásticas.
Os museus? Mesmo à míngua de subsídios públicos e privados, sentirão menos os efeitos da pindaíba geral. Oferecendo maior flexibilidade de horário e fruição do que cinemas, teatros e outras casas de espetáculo, sua frequência, que já era boa antes de a crise ter início, aumentou nos últimos dois meses, pelo menos na Europa e nos Estados Unidos. E a tendência é crescer ainda mais na França, com a instituição da entrada gratuita em todos os museus recém proposta pelo presidente Nicolas Sarkozy.”
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