segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Se eu tivesse um cartão corporativo do Antropoantro

Se eu tivesse um cartão corporativo do Antropoantro, eu iria a Paris só para comprar os catálogos das exposições do Partis Pris, no Hall Napoléon, que é um departamento de artes gráficas do Louvre.

Em 1990, Françoise Viatte e Régis Michel convidaram Derrida para inaugurar uma série de exposições “de um gênero novo, que denominaremos, na falta de um termo melhor, Partis Pris”. A regra da exposição é simples: escolhem uma personalidade, conhecida pela sua aptidão em discurso teórico, de áreas diferentes (filosofia, psicanálise, etc.). Esse convidado tem carta branca para escolher as obras que fazem parte do acervo do museu (o Louvre permite “uma caça ao tesouro”) e faz comentários. É mesmo uma seleção particular, um partis pris, envolve um compromisso.

A exposição é diferente porque não é feita por um curador da área de História da Arte, mas de áreas diferentes, que trará um outro olhar, uma outra visão teórica. O espaço é pequeno e as obras ficam expostas durante poucos meses. Essas exposições colocam a questão do discurso subjetivo sobre a arte, misturando gêneros e épocas e dá ênfase ao desenho e à gravura. Um espaço de liberdade interpretativa. Não são rupturas, mas aberturas. Atraem um público sensível à diferença dos discursos, à singularidade (e ao rigor da exposição).

Acho que já foram feitas cinco exposições desse tipo, e cada uma gerou um catálogo bárbaro!!! Quero, principalmente, o catálogo da exposição organizada pela Julia Kristeva, “Visions Capitales”, de 1998. Enviem, por favor, o cartão corporativo para minha residência. Prometo emprestar os catálogos para todas as ântropas que patrocinarem a viagem.
Assinado: Olívia Niemeyer

Um comentário:

Anônimo disse...

Se eu tivesse um cartão corporativo, iria ver aquela exposição da Doris Salcedo na Tate Modern. Aquela fenda enorme no chão deve ser alguma coisa de grandioso! Se você descobrir o caminho para o cartão corporativo não se esqueça de dar a dica...